MARIA SOLDADO

jun 22, 2017 | 8 Comentários

Negra, filha de escravos, Maria José Bezerra, era cozinheira de uma família importante em São Paulo e tinha uma vida tranquila, até que veio a Revolução Constitucionalista contra o governo Getúlio Vargas no ano de 1932.  Maria José tinha espírito de lutadora e resolveu abandonar as panelas para entrar nessa guerra.

Vestiu uniforme de constitucionalista e se misturou com os homens e ninguém percebeu que era uma mulher. O segredo  só foi descoberto um mês depois, quando ela foi ferida na Legião Negra, composta de 3. 500 homens todos negros.

Armada com fuzil ela combateu em Itararé, Ligiana e Buri e recebeu  o apelido de Maria Soldado . Foi chamada de “mulher símbolo” e recebeu mais tarde,  homenagem na Câmara Municipal de São Paulo.

Retornou à vida de cozinheira, mas sempre participava das manifestações estudantis. Com idade avançada, vendia doces e salgados na porta do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Em fevereiro de 1958 foi encontrada morta num quartinho na Rua da Consolação. Maria Soldado nasceu em Limeira, São Paulo em 1895. Hoje, na sua cidade natal  Maria Soldado é uma ilustre desconhecida.

8 Comentários

  1. Luiz Vieira de Aquino

    OS NOSSOS VEREADORES DA CIDADE DE SÃO PAULO QUE SE PREOCUPAM TANTO EM DAR NOMES PARA AS NOSSAS RUAS DEVIAM DAR O NOME DE MARIA JOSÉ BEZERRA PARA UMA DELAS, O QUE SERIA UMA SIGNIFICATIVA HOMENAGEM

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    • Wanessa Campos

      Concordo com você, Luiz Vieira de Aquino

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  2. yara lopes cardoso

    Gostaria de saber onde Maria Soldado foi sepultada. Pretendo resgatar a história das mulheres que serviram às tropas paulistas na Revolução de 32 e, se possível, conseguir que elas tenham seu lugar no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, no Parque do Ibirapuera,São Paulo. Obrigada por quaisquer informações.

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    • Wanessa Campos

      Infelizmente, Yara, não consegui essa informação. É mais uma que fez história e ficou quase esquecida.

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    • Sérgio

      Boa noite. Ela se já encontra no Mausoleu/ Obelisco do Ibiraquera

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    • samuel

      Mausoléu da Revolução.

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  3. Candeeiro Franco

    yara lopes cardoso
    Feliz idéia sua. É comum homenagear (com mausoléus, estátuas…)mulheres em vários segmentos (música,teatro, cinema, etc), mas não em lutas armadas. Embora existe uma acanhada literatura sobre elas. Eu pobre mortal, às minhas expensas, consegui, sem não muito esforço os seguintes livros:
    – HISTÓRIAS DAS MULHERES NO BRASIL – Organizado por: Mary Del Priore;
    – MULHERES BRASILEIRAS E GÊNEROS NOS ESPAÇOS PÚBLICO E PRIVADO – Organizados por: Gustavo Venturi/Tatau Godinho;
    – ELES(AS) FORMARAM O BRASIL – Fábio Pestana Ramos /Marcus Vinícius Morais;
    – BRASILEIRA CÉLEBRES – Joaquim Norberto de Souza e Silva;
    – ETNICIDADE, GÊNERO E EDUCAÇÃO: Trajetória de vida de ‘Laudelina de Campos Mello – Elisabete Aparecida Pinto.

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    • Wanessa Campos

      Parabéns, Yara. Você tem garra. Abraço.

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