O PRIMEIRO ENCONTRO

set 22, 2019 | 0 Comentários

– Você Sabe bordar?

– Sei

– Então vou trazer uns lenços de seda para você bordar e volto daqui a duas semanas para buscar…

Assim falou Lampião para Maria Déa, (ainda não era Bonita) buscando pretexto para se aproximar da jovem que lhe encantou pela beleza. Morena Clara, olhos brilhantes, cabelos lisos e nariz arrebitado. O valentão do Cangaço não resistiu e conversou com a bonita até a hora do almoço. Maria tinha 19 anos, recém separada do marido sapateiro. A atração foi recíproca naquela manhã de sol em início de 1929, no Sertão da Bahia.

Lampião cumpriu a promessa e voltou. A partir daí os dois não se separaram. No ano seguinte, a jovem decidiu seguir Virgolino, diante das perseguições da polícia. Ela temia o pior achando que saindo de casa, sua família teria sossego. Ilusão. Mas essa mulher corajosa, enfrentou todos os perigos, desconfortos, violência, insegurança, tudo para ficar junto do seu amado. Passou a ser Maria Bonita. E lá se foram oito anos, correndo pelas caatingas, dormindo ao relento, fugindo das balas e dos sustos. Em compensação foi bem-amada pelo companheiro. A frase “até que a morte os separe”, aconteceu literalmente ao amanhecer de 28 de julho de 1938, na Grota de Angico, Sergipe. Fuzilados.

A morte do casal repercute até os dias atuais, por meio de filmes, documentários (irreais), na literatura, na moda, seminários etc. Ambos são mitos.

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