A TRISTEZA DE LAURA

jul 11, 2016 | 6 Comentários

Para ser cangaceira precisava ter também um pouco de sorte. Primeiro, pelo companheiro, depois para livrar-se das doenças e da  morte prematura. Laura Alves, alagoana, uma morena pequena, era o que se pode dizer  de não ter sorte no amor. Abandonada pelo noivo, mesmo com casamento marcado, a moça entrou numa tristeza profunda. O pai, descobriu que a filha perdera a virgindade e como castigo, teve prisão domiciliar por muito tempo. Não colocava a cabeça fora de casa.

Um dia, porém, Laura conheceu umas cangaceiras que estiveram em sua casa e, interessou-se pela vida delas. E não pensou duas vezes: entrar no bando, mesmo sem ter companheiro. Se aquelas moças aguentavam a vida dura no Cangaço, ela suportaria também. Qualquer vida fora daquela prisão era bem-vinda. E partiu.

No início, a mais nova integrante do grupo, escolheu o cangaceiro Moita Brava, mas veio uma outra decepção. Ele não aceitou….Conversou com os cangaceiros solteiros até chegar em Boa Vista, nascido Manoel dos Santos. Deu certo. Mesmo “casada”, Laura não demonstrava alegria. Sempre calada e bem-comportada. Recebeu o apelido de Doninha.

Anos depois, sumiu do Cangaço e foi morar no Sul da Bahia. Calada e sem alegria, pois a rejeição do noivo a atormentou até o fim da vida.

6 Comentários

  1. Joao Bosco alves de sousa

    Prezados. Sou Joao Bosco,sobrinho de Laura Damaceno. ( Doninha). Sou de Juazeiro do Norte e moro em São Paulo. Por muitos anos nós procuramos o paradeiro dela e seus possíveis descendentes. Nunca tivemos sucesso. Contam ( minha e irmãs) que a única carta que soubemos que tia Laura enviou para minha avó foi rasgada pelo tio dela. A família ficou sem saber a origem da carta e onde ela estaria. Das irmãs e irmãos dela resta apenas minha Antonia que ficaria muito feliz de saber do destino dela e se deixou filhos. Ficaria muito grato de obter mais informações e a fonte que usaram para produzir a matéria.

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    • Wanessa Campos

      João, pesquisar a vida delas não é fácil e as informações são contraditórias. Pesquisamos com muito cuidado, mas veja na internet.

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      • Joao Bosco

        Vanessa gostei muito do trabalho de vocês. Haveria alguns acertos. Mas de pouca monta. Ela foi casada. Um casamento forçado com um primo. Meu bisavô protegia o bando deixando eles acamparem na faxenda deke. Foi quando ela conheceu o companheiro dela. Na foto no jornal ela é aque está a esquerda, segundo as irmãs. Após o ataque de angicos é sabido que escapou. Escreveu uma carta para a mãe dela. Mas ao passar pela mãos do tio na cidade ele a rasgou, não entregou para minha avó, extraviando o endereço de onde tinha sido enviado. Grande abraço e muito obrigado

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    • wanessa

      Joao, Se a Dorinha que você se refere, é Laura que, possivelmente deve ser a sua tia. Mas ela não escapou de Angico. Saiu do Cangaço muito antes.

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  2. Eryvelton

    Minha tia avó! Há muito tempo não sabíamos do paradeiro dela… Obrigado aos pesquisadores.

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    • Wanessa Campos

      Continue nos acompanhando

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